Jesus
não convidou os doentes, aleijados, pobres e desprovidos de
prosperidade material quando disse: “Venham a mim, todos os que estão
cansados e sobrecarregados de carregar as suas pesadas cargas” (Mateus
11.28) É só dar uma olhadinha no contexto bíblico para descobrir quem
são os “cansados”. Jesus tinha curado pessoas de doenças físicas e,
mesmo assim, continuavam espiritualmente enfermas (v.20). Então reclama e
faz o convite para o maior milagre: arrependimento e perdão dos
pecados.
Não
encontro na pregação dos atuais milagreiros o convite para este
descanso. Ao contrário, vejo mais cansaço. Inflacionam o peso da
superstição em objetos “abençoados”, sobrecarregam de culpa, injetam
medo da inveja e “olho grande”, acendem pavor do diabo e do mal,
provocam fadiga nos dízimos e escravizam sob o jugo de regras
religiosas. Tudo isto com a Bíblia em punho. Usam um versículo, jogam
fora o restante do texto, e invertem o sentido divino com propósitos
humanos.
Diz
o evangelista Mateus que no Dia do Juízo Jesus terá mais pena de Sodoma
do que Cafarnaum (11.24). Sodoma simboliza os pecados da imoralidade e
depravação (1 Timóteo 1.10), e Cafarnaum é a cidade onde Jesus habitou e
fez vários milagres. Foi neste lugar que desceram um paralítico pelo
telhado (Lucas 5.17-26), e o Senhor lhe disse: “os seus pecados estão
perdoados”. O povo queria mesmo uma cura física. Jesus então respondeu
que é mais fácil fazer um paralítico andar do que perdoar pecados, e
curou o homem. Disse isto por uma questão óbvia: o perdão custou o
sofrimento dele na cruz, enquanto que milagres não custam nada para ele,
são atos próprios do seu poder divino.
Sem
dúvida, o que falta hoje é arrependimento dos pecados, tanto para
Sodoma como para Cafarnaum. Mas o convite do Salvador permanece. Para um
descanso único e específico: “Venham a mim e eu lhes darei”. E “venham
todos”. Porque todos são pecadores e precisam de Jesus.
Pastor Marcos Schmidt
Comunidade São Paulo - Novo Hamburgo/RS
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