30/11/2012

Uma luz em meio ao beco!


Você já notou como tem bíblias por aí? E são das mais diversas. Tem bíblia com edição especial para jovens, tem bíblia da mulher, da família, e acreditem: até de surfista. É sim! Uma bíblia com linguagem surfista. Pode? Tem até um projeto, recente, para fazer a bíblia do gaúcho, repleta de expressões do dia-a-dia do gaudério. Onde vamos parar? Pois saiba que isso tudo é culpa daquele tal de Martinho Lutero. Em sua época ele já tinha preocupação em traduzir a bíblia (que até então era escrita apenas em Latim – só os padres entendiam) para a língua do povo: o alemão. Porém, não bastava apenas traduzir a bíblia. Lutero queria saber como o povo falava, qual eram as expressões e gírias que utilizavam dia-a-dia. Por isso ele percorria todos os becos da cidade, ali onde vivia o povão mesmo, a fim de aprender com eles como traduzir a Palavra de Deus de uma forma mais próxima à realidade do povo.


Você consegue imaginar um mundo sem bíblia? Difícil não é? No tempo de Lutero, bíblia era artigo de luxo. Só a igreja a possuía, e era trancada a sete chaves. Mas, ao menos havia bíblias. Porém, tente imaginar um mundo sem bíblia alguma. Imaginou? Talvez você tenha imaginado aquele tempo lá no Antigo testamento em que não havia bíblia, pois Deus falava diretamente com as pessoas. Porém, imagine agora um mundo em que nem ao menos Deus se comunique com as pessoas. Um mundo em que as pessoas não possuem contato algum com Deus. Pois esse mundo existiu. Quando? No período conhecido como “Intertestamentário”: Entre o último livro do AT e o primeiro Evangelho do NT. Ali Deus se calou (e isso durante cerca de 400 anos) e o silencio foi tão cruel, que o povo sentiu fome e sede da Palavra de Deus. 

Será que hoje as pessoas sentem fome e sede da Palavra de Deus? Parece que não! Dá até a impressão que muitos estão de barriga cheia! Alguns até enjoados! 

Porém, naquele período específico o povo sentiu falta da Palavra de Deus. Quando muitos já haviam se desesperançado, eis que surge uma luz. E esta luz não apareceu numa grande capital. Ela nasceu em meio a um vilarejo pobre. Em meio a um beco de Belém, Deus rompeu o silêncio através do choro de um bebê: O próprio Deus se fazendo uma criança. Foi um espetáculo natalino nunca antes visto com direito a um coro de anjos celestial. Porém, seus espectadores não foram pessoas importantes; foram pobres pastores. Deus veio ao mundo não para aparecer nos meios da mídia, não para fazer sucesso, mas simplesmente para estar em meio ao seu povo, “o povo do beco”, e ali anunciar a maravilhosa noticia natalina: “Não temam! Hoje a Salvação se fez presente em meio a vocês...” 

Este é o real sentido do natal: Deus em meio ao seu povo, se comunicando na linguagem e gíria deste, trazendo consolo, paz e esperança em meio ao sofrimento; se fazendo presente em toda e qualquer necessidade humana. Um Deus de amor que revela que, mesmo em meio ao vale escuro como a morte, habita ali também uma luz em meio ao beco que jamais cessa de brilhar: Jesus Cristo, a luz do mundo! Feliz Natal! 

P. Mateus Lange

Nenhum comentário:

Postar um comentário