O
casamento religioso à fantasia em Garibaldi, RS, mostra bem o jeito
alucinado da vida. Vestidos de Fiona e Shrek, o desejo dos noivos diante
do altar expressa a síndrome humana “do fazer de conta” – que virou
epidemia. Os padrinhos com roupas de príncipes e princesas, os pais dos
noivos de reis e rainhas, as crianças com alegorias de Dragão, Burrinho,
Branca de Neve, os convidados caracterizados dos contos infantis – uma
cena surreal que diz tudo sobre esta sociedade de castelos de areia.
Fiquei pensando na história dessa famosa animação, para dizer o
seguinte: precisamos imitar o ogro Shrek, e expulsar as criaturas
mágicas que invadem o nosso “pântano”.
Esta
é a ameaça – a vida transformada numa aventura de desenho animado. De
ficar adulto, mas ainda “brincar” de casinha, de carrinho, de vídeo
game, de ganhar e perder. De fazer de conta que casamos, que temos
família, que trabalhamos, que somos felizes. No imaginário de ser bem
sucedido, vestir a alegoria de soberanos, alucinados na miragem de
reinos e castelos. Sem dúvida, temos um desafio parecido com o do Shrek,
de espantar as ilusões e viver a realidade.
Viver
a realidade? Vale à pena? Ela é tão dura, exigente, cruel. Por que não
levar a vida na brincadeira? Seria o caminho, se o dragão fosse apenas
fábula. Ele existe e expele violentamente sobre nós suas labaredas.
Podemos até aprisioná-lo atrás de máscaras e alegorias, mas um dia ele
surge em inevitáveis tragédias. Por isto a advertência: “Viva alegre
durante todos os anos da sua vida. Mas, mesmo que você viva muitos anos,
lembre que ficará morto durante muito mais tempo. Tudo o que acontece é
ilusão” (Eclesiastes 11.8).
Seria
tudo ilusão se não fosse “a realidade de Cristo” (Colossenses 2.17).
Que para alguns é também pura fantasia. Mas, uma certeza para aqueles
que são chamados de igreja – que vem “de Deus, enfeitada e preparada,
vestida como uma noiva que vai ser encontrar com o noivo”, para viver no
reino celestial onde “não haverá mais morte, nem tristeza, nem choro,
nem dor” (Apocalipse 21.1-4).
Pastor Marcos Schmidt
Comunidade São Paulo - Novo Hamburgo/RS
Nenhum comentário:
Postar um comentário